Sabe, quando todas as canções já foram cantadas,
E todos os poemas já foram escritos,
E todas as leis foram redigidas,
E até mesmo o ar já foi respirado?
É assim mesmo que me sinto.
E, quando as flores de outono são as mesmas pelos campos,
E a mente se liberta, mas segue em curvas,
tropeçando,
Quando as cartas envelhecem, mofam, crestam, desaparecem;
Mas as palavras já haviam abandonado há longa data o peito,
A mente, as forças e a memória?
É o modo exato que me sinto.
Aquele dia que se pôs sem sol,
Aquela manhã que se ergue brilhante,
Tudo tão igual a tudo o que já se viu dantes,
E a dor que fica ali, presente, latejante,
Até ela é a mesma que lateja como antes;
O mundo passa, a gente fica,
Ou será mesmo o contrário, a gente passa, e o mundo
Fica.
Olhando agora, mais de perto,
Até mesmo o HD está cheio, e vazio ao mesmo tempo,
Novas pastas com nomes estranhos, nomes próprios, nomes feios;
Tudo se acumula; nada é visível,
Apenas o medo de perdê-lo...
Perder o quê mesmo? Se nem ao menos sei o que é esse sensor
Que tenho aqui, dentro do meu peito?
O cão ladra, sempre igual;
Até o dia em que morre, ou rompe a cerca, e foge,
E dos ruídos, nem sinal;
E uma fuga através da rua, ou através-além da vida,
São segundos, são minutos, são horas, mas finitas.
Sabe, quando a piada é aquela da qual já se deu risada?
Ou a janela tem tantos vidros, mas parece ainda tão estilhaçada?
Sabe, quando os outros já viraram realmente outros,
E os de perto fugiram para se bandearem e se juntarem àquele mesmo coro?
Sabe quando a roda gira e ainda assim parece enguiçada?
Sabe quando “aquilo” realmente caiu em mãos erradas?
Pois bem. É assim que eu sinto o mundo.
Exatamente assim. E mais nada.
Patricky FieldInto the wrong hands
Do you know, when all the songs have already been sung,
And all the poems have already been written,
And all the laws have been created,
And even the air has been already breathed?
That’s the way I feel these days.
And, when the autumn flowers are the same in the fields,
And the mind is set free, but it follows a stumbling twisted way,
When the letters get old, grow moldy, burnt, vanished;
But those words had already left long ago,
Left chest, mind, the strength and the memory?
That’s quite a lot of how I feel.
That day that finished without a sun,
That morning that’s rising so bright,
Everything so alike everything else that you’ve seen before,
And that pain that’s there, near, beating,
It is the same old pain that has been beaten before.
The world passes, and we stay,
Or is it the reverse, we pass, and the world stays?
Looking now, closer,
Even the HD seems to be full, and empty at same time,
New folders with strange names, people names, harsh names,
Everything gets in loads and loads,
But nothing is visible,
Only the fear of losing it....
But losing what? If not even I know what is this sensor that I have here, inside of my chest?
The dog barks, always the same way,
Til the day it dies, or breaks thru the fence, and runs,
And from the noisy barks, not even a sign,
And a runaway across the street, or across the “beyond”,
It takes seconds, minutes, hours, but it’s always a finite moment.
Do you know, when the joke is the one you’ve laughed at before,
Or the window has so many glasses, but even so it seems so broke into small pieces?
Do you know, when the others have really turned into other ones,
And those ones who were so close have run to get together that same choir of the other ones?
Do you know when the wheel spins, and even so it seems to be so deadly stuck?
Do you know when “that thing” has really fallen into the wrong hands?
Well. That’s the way that I feel the world.
Exactly that… And nothing else.
Foi um desabafo tão emocionante, quis dizer muito do que eu mesmo sinto
ResponderExcluirOnde estariam as mãos certas é a pergunta que não quer calar,
estariam em nossas próprias ou seriam inexistentes?