domingo, 16 de setembro de 2012

Lemniscata




Despertar

Patricky Field  

Acordo, e penso naquilo que tanto me fez sofrer,
Outrora foi sonho, o que o presente fez parecer real,
Agora que vejo o dia calmo, que começa a nascer,
Percebo além do tempo a verdadeira essência, do Bem e do Mal.

Não fui eu, não foi por mim;
Tudo ilusão, de um tempo que é, que foi e que sempre será,
Nunca existiram dias assim tão ruins,
Jamais haverá felicidade alguma que não a que aqui já é e está.

Eu pertenço ao eterno momento do silêncio,
Preciso segundo de um toque fugaz,
Ao menos tenho a nobreza do sentimento
Que, apesar de tudo, de tudo será capaz.

De me defender, de criar, de dar e ouvir,
De tudo um pouco, construindo o sonho,
O sonho daquele dia que nunca há de vir,
Da noite que termina com o sol, brilhando a ouro.

Aqui termina e aqui começa; uma roda em minha mão;
Tesouro e indiferença nessa lemniscata viva;
Tanto amor não poderia nunca ter sido em vão,
Nem mesmo a dor, que aproxima e reaviva.

Perdoe-me os desencontros, não foram culpa minha;
Te perdoo tudo aquilo que antes eu não sabia,
E enfim, ao acordar, não teremos mais certezas,
Apenas a de que a roda há cessado e nos retirado toda e qualquer tristeza.

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