Vento e Calmaria
Atira-te ao céu, tu, e teu destino, e desejo,
Segura em todos, menos em ti mesmo,
Abre as portas ao arrependimento, e,
Por mais que semeies, semeias apenas vento.
Colhendo sombras elas vão, acreditando,
Que somente o sol lhes vêm quando estão acordando,
E depuras teu estoque de sorrisos,
Quantos anos de lutas e retoques tão precisos.
O Amor, oh! Tens conseguido Dele, ou Ele?
Tiraste a sorte, para ti ou dos outros?
Para nunca retornares queimaste o mapa e as pontes e os
sapatos,
Seriam aquelas de gravetos e vozes, desapareceriam através
ou não de teus atos.
Pela noite o ar preenche os espaços,
Parece eterna a forma como são preenchidos nossos traços,
Cada pele, mãos, coração,
Os teus e tuas, exatamente, como convêm a cada estação.
Mas o vento traz algo como poder e transformação,
Soprando a calmaria de volta, num ciclo de alucinação,
Se na calma não há ventos,
No vento não há como ocultar os sentimentos.
Tua doce ordenada convicção se torna ordem e comando,
Em instantes tens a certeza de que nada está certo ou
caminhando,
Mas, e quanto àquela roda celeste de tantos destinos e
desejos?
Seguraste em todos, e esqueceste de seguir teus próprios
lampejos.
Vento e calmaria são distantes formas de criar,
Mas são tudo o que semeamos e colhemos e tentamos evitar,
O primeiro nos derruba e impede de seguir em frente,
A segunda é morosa, maçante e impertinente.
O Amor seria a terceira opção,
Mas teu ódio cega e tira toda e qualquer razão,
Então sejam vento e calmaria as novas pontes a cruzar,
Desejos atirados ao céu... e será hora de novamente as
inutilizar.
Patricky Field
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