A noite vem fria e com sua escuridão, Há tanto a fazer, mas eu penso em dormir; O medo de infância era tolo e vão, O sol retornava todas as manhãs e me fazia sorrir.
Agora, enxergo no escuro o que antes era impossível, O monstro negro virou-se sombras e luzes, Da noite, não temo nada, isso parece incrível, Mas é em plena luz do dia que enfrento meus medos e minhas cruzes.
Por que abrir mão da paz, se tudo é nada? O medo do escuro é como o medo da verdade, Se não a conhecermos, a vida não é mais que sombra que passa, E o grande monstro da infância é a ignorância em qualquer idade.
Não ignore seu momento, viva, da aurora ao ocaso; Cada segundo é um dom divino porque é único, não retorna; Podemos escolher entre o amor ou o pouco caso, mas, De ambos, apenas a você cabe dar a cor, o som ou a forma.
Não temo nada, sou eu parte do Universo, E um halo novo, de brilho intenso, me faz leve e puro, Como o teu sorriso me faz desejar em teu olhar estar imerso, Enquanto os dias passam e as noites fazem um desenho novo em teu muro.
E, não mais os monstros do passado, as noites mal dormidas; Não mais os dias de angústia por uma mal vivida vida; É doce o mar, o céu, a estrada por onde eu vou, cada dia; Eu posso, do caminho, colher flores ou travar a briga.
Mas eu escolho o sol, o brilho da luz em minha alma, Que tem o amor permitido se acenda, amor pela vida, Pela força da simplicidade de afeiçoes reais e não forçadas. Não me chocam as mentiras que murmuram nas calçadas; Na serenidade de meus passos, por sobre a areia, pedra ou brasa, Caminho dois mil passos se preciso for, para retornar a casa.
E, na escuridão da noite, há um pedido a fazer, Que você tenha bons sonhos e desperte tranqüilo quando o novo dia nascer.