sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Vinha de poesia

(...) Queria brincar contigo por sobre os relvados,
ser feliz como a todos que, pelo amor, seriam
também tocados;
agora esqueço os pesares que me andam rondando,
seguro nas pontas de seus dedos que me aceitam e conduzem por portões iluminados das estrelas de
um céu, mar de almas corsárias que
desafiam cartas e astrolábios e navegam
somente com a confiança em seus corações,
e com a tranquilidade de terem um porto
para onde voltar quando as vagas cessarem e as
marés tocarem os barcos de volta ao lar.

Seria e é assim quando em ti deito meus pensamentos,
seria e é assim cada lembrança,
sereno, terno momento...
E se o hoje nos quer mal e o mundo não conhece esse teu segredo,
viverei pela verdade de seus olhos, sem angústia e nem medo.

Porque é assim quando de ti me lembro,
porque a música toca bonita e clara
como os sons da alvorada; e os espelhos
refletem o sorriso seu que tanto me acalma,
que é tão parecido com minha própria alma.

A poesia é sombra rápida de um sol que
ilumina a árvore da vida, e o amor
são os destinos traçados pelo dom de viver,
por aquela decisão de ser, ao invés de não ser.
Só que morre de castigos antigos,
de tragédias ocultas, a poesia é sombra
de minha vinha e o que eu não cuidar
fenesce, sem que outros a venham cultivar.

Por isso o sol de teu sorriso a mim venha
acalentar, não mais somente a chuva das
tardes eternas e das manhãs escuras.
Minha alma ecoa sons sem vozes que
em ti cabem, como música ao longe,
como o significado da vida, que não
é a utopia do amanhã, nem a fugacidade
do ontem. Em teu sorriso minha alma
habita. Em tua paz eu reconheço a origem
de minha vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário