sábado, 26 de janeiro de 2013

Não sejais vento...

“(...) Richard sabia que esse momento surgiria mais cedo ou mais tarde. E ele não estava disposto a fugir. Aquele homem o odiava, e agora ainda mais. Todo amor que Richard sentia pelo mar era visto com desprezo cada vez maior por aquele homem.
___ Jamais temi o mar, ele apenas cumpre sua missão com sabedoria, mas se por vezes torna-se violento, a culpa é do vento... não dele.
A voz de Richard era velada, quase triste, ele mais que ninguém sabia o quão inútil era tentar travar qualquer diálogo com aquele homem.
Mas era necessário, sempre há o momento para um acerto de contas, e deve-se ter força e coragem para enfrentá-lo.
___ Bobagens..., sempre falando...”bobagens” – ele falou por fim entre dentes. Havia bebido muito, percebia-se pelo cheiro forte que o cercava como uma aura ruim. A gravata desfeita no colarinho aberto. Todo ele se mostrava de um modo vulgar, como Richard jamais vira antes.
O que é que você sabe, afinal das contas?
___ Talvez nada... – Richard tentava se afastar dele, mas ele andava cambaleando em sua direção, sem desistir – A vida, como o mar não oferece perigo algum, mas pessoas insistem em ser vento, e fazem tempestades, modificando a natureza primeira da vida... que como a do mar não é de perigo.(...)”

O Homem da Costa Norte, por Anne Russel, pg. 905


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que é ter HUMANIDADE



“O que acontece à inteligência quando passa a acreditar nas mentiras que inventa para outrem? É lançada a loucos turbilhões, sugada por vórtices tenebrosos?
 “Um”, por Richard Bach, pg 100.


“Cólera é medo, isso eu sabia. Toda pessoa colérica é uma pessoa amedrontada, que teme alguma perda.”
“Um”, por Richard Bach, pg 101


“Um ser humano é uma expressão da vida, que traz a luz e reflete o amor em qualquer dimensão que ele resolva tocar, em qualquer forma que deseje assumir. Humanidade não é uma descrição física, é uma meta espiritual. Não é uma coisa que nos é dada, é algo que conquistamos.
___ Acho que estou habituado a considerar que todas as pessoas são humanas. – falei.
___ Talvez deva reformular seus conceitos. – sugeriu ela.”
“Um”, por Richard Bach, pg 159


“Já se sentiram assim, em uníssono com o mundo, com o universo, com tudo o que existe a um grau tal que são invadidos pelo amor? (...) ISSO é a realidade. ISSO é a verdade. O que fazemos dela compete a nós, tal como a pintura de aurora compete ao artista. No mundo de vocês, a humanidade afastou-se desse amor. Ele vive o ódio, lutas pelo poder. Continuem, e ninguém verá a aurora. O alvorecer sempre existirá, naturalmente, mas as pessoas nada saberão a seu respeito e, por fim, até a lembrança de sua beleza desaparecerá.”
“Um”, por Richard Bach, pg 169