sábado, 21 de setembro de 2013

Wherever



Wherever there’s a stain,


There is a cleanser and a piece of cloth;

And a medicine for an aching head,

And glasses for an unfocussed sight.

 

Mistakes and their fixing solutions,

Pain and its prescribed remedy,

You can hurt your ankle

If you dance in the wrong angle any other melody.

 

But salvation comes to all the ones,

It is just a life away,

It’s just at the touch of the hand,

Why can’t I believe you are all insane?

 

I want to live here and now!

Without things that are going to fix me up,

No broken wings, no empty hearts,

I want to hear the sound of the Love in all and more one place;

 

Please, come to me,

Things that are eternal,

Those from the repair center show no need,

Clear and clean without cleansers and gleam;

 

I have this need,

Here and now, exactly right now!

I want to live without afraid of falling apart,

I want to be exactly what you never dared intending to be;

 

Eternal is just a word,

But what is not?

We all are just words that can be erased from the blueprints,

All at once, haven’t you ever thought of your project at real and strong?

 

Things and their reparation,

Reimbursement and fail,

I stopped that cycle for I don’t feel like paying for other ones’ mistakes,

I rather plant a tree and let it grow,

For I can tie a swing,

And only feel the wind.

 

                                              Patricky Field

 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Daring to jump off

There’s a feeling of no inspiration in me today,
Like my ideas were off, for vacations,
Or my ability to muse was a little lazy,
Out of nothing, inside a thousand of fences,
Who would dare to jump to the other side?

Radical or not, call me silly,
But I rather jump off this cliff,
That no one seems to sight,
That all the ones insist in saying it is not there,
But I know is there, and I know, it is high.

Why to crawl if you can fix your wings,
No response from the service, okay, you are your own warranty,
A screwdriver and a little of glue,
Maybe a white feather or two,
It’s ready, fresh and shiny, once again, like new.

It would be good,
I’d use this tip myself today,
As the sun is fast going down,
But it is still shinning by the other side, on the wall.
Yes, I can see it right from where I am right now.

But the lamps are on; even it is full-sun day;
And I got the memories of a time I not even remember when,
Because it is fictional, like you and me and us all,
Who am I? Who you are?
Aren’t we all this stubborn streaming of thoughts?

And I was trying to tell myself it is easy,
Though I know how difficult it is,
But who can fool the own within?
We are not that silly, or am I mistaken about everything?
I rather live instead of dreaming…

Because I feel like running out of things I never knew I was willing,
Exactly like when we are in the dark, waiting for a light,
But when it comes, it is too late for the eyes,
They are used to that hole where we all have been left inside.
And it is deep, into the depth of our precious lives.

And I’ve just saved this file;
Has anyone done the same to me right now?
Just a click away; or maybe it is not as easy as it is in virtual life,
I can’t see any mouse connected to me, and I can’t jump off this cliff,
Because there’s a Truth wired to a heart, everything connected in an essential link;

Everything there, inside of the one that’s me.


                                      Patricky Field

domingo, 1 de setembro de 2013

Entrevista com uma árvore

                                                                                                                                Anne Russel
                            Agosto, 2013

Colhendo hoje, amoras de uma Amoreira de galhos espaçados, pensei se no lugar da latinha a qual eu enchia de suas frutinhas roxas, eu tivesse papel e caneta, e claro, ela, uma boca. Estava uma manhã fria, mas o sol brilhava num ascendente faiscante. Eu, em vez de ficar em pé, como estava me sentaria. Refrearia as contingências do mundo por uns momentos, que seriam tão especiais e autênticos que deles eu jamais me esqueceria.

Começaria minha entrevista um tanto tímida, já que a árvore, senhora de si e sentinela daquela colina, parecia tudo saber... Talvez mais que de uma só vida.

A sombra refletindo a luz filtrada através do caule, folhas... E os frutos ainda verdes dependurados com o orgulho silencioso dela.

Com respeito eu começaria:





___ O que sente a senhora nesse momento em que tem de si frutos que 
generosamente dá como oferta a um mundo que talvez nem saiba de sua existência?

___ Minha jovem criatura. Sou antiga como os tempos que formaram a estrutura da primeira semente de quem eu sou. Nós, amoreiras, mesmo que fôssemos a última, ainda teríamos em nós a primeira. E ter atingido esse doce estágio de florescer e frutificar é algo que reverencio em meu interior, é o respeito que devo a semente que me formou e ter atingido esse nível no processo todo que a entropia inspira, é como se houvesse caminhado, como vocês criaturas que podem andar, e ter lutado, não contra, mas à favor do Sol, da chuva, de tudo de que me servi e que agora sirvo por minha vez, devolvendo a porção exata de que utilizei desse ambiente que me cercou como uma mãe, armazeno em mim a seiva da própria terra. O sangue da vida que me fez crescer. É a ele que devo a cor do primeiro fruto amadurecido em meu seio no primeiro dia de primavera que testemunhou esse ciclo que não é só meu, e sim pertence a todo esse universo que me fez quem sou.

Desde a primeira semente surgida séculos de vocês criaturas, até aquela primavera que viu meu primeiro fruto. Dei ao mundo a felicidade que recebi, e das dificuldades de atingir esse momento, nem me lembro, desde que minhas outras irmãs possam viver através de mim e dos meus frutos.
                                               *** ***
Eu escreveria tudo rapidamente, e fascinada com o milagre daquela entrevista inusitada e maravilhosa, eu continuaria a perguntar:

___ A sensação em colher seus frutos é algo intimista, que remete ao profundo de um eu talvez perdido em nosso próprio interior. Pensa que seja o traço de uma eternidade, que ultrapassa as  barreiras da matéria através do ir e vir, fluxo constante de vida de seu interior?

___ Alcancei o prêmio dos que não necessitam buscar ou dar explicações. São aos outros que sirvo, não a mim. Se meus frutos servem a um propósito maior que apenas alimentar a vida, se com eles podem vocês humanos sentirem algo superior, não é a mim que devem e sim a esse envolvimento superior que os quer elevar, assim como meus galhos que procuram estar cada vez mais perto dos céus, embora jamais possa esquecer minhas raízes, porque elas me prendem, mas com doçura própria da mãe que é regaço para o filho; assim foi a terra para mim, assim ainda o é. Sei que talvez serei ceifada antes mesmo de outra primavera, mas não vivo por esse momento do fim , não é por ele que vivo, entende? E sim por todos os dias os quais servi à vida.

Eu, embevecida, passaria a mao por seus caules finos, sem entender por que ela, logo ela falara de morte.

Então, olharia à minha volta... Um toco queimado e arrasado do que havia sido um vigoroso e belo Flamboyant, outro, e outro. Mais à frente frondosos Eucaliptos dos quais não restaram nem a lembrança.

___ Desculpe árvore querida, e pensar que eu os amava a todos... E não foi o suficiente para salva-los.

___ Eles estão salvos... Aqueles que lhes causaram isso é que jamais estarão.








                                          

                        


                                                                             FIM

sábado, 20 de julho de 2013

De que cor?



Qual a cor da solidão?



Atreva-se a perguntar e será preenchido de cores tais,



Que os contornos de teu rosto se perderão entre as matizes mais intensas,



Em aquarelas de lágrimas e risos, um vórtice sem fim,



Conquanto a solidão é loucura,



E a recusamos a ver, como fazemos com a segunda,



Sendo a primeira em cores gritantes e coloridas,



Não o suficiente para que a avistemos, não o suficiente para que nos salvemos...



Dela.



 



Salvar-me, então, das muitas águas,



Pois há somente uma que é imutável,



E fresca mesmo sob o inclemente sol do deserto,



A solidão do deserto é menos cruel do que o calor



Dos rostos que nos olham e miram,



Na mira diária de uma centena de olhares,



Estamos sozinhos, na mais completa solidão.



 



Coloridos, da cabeça aos pés,



Do quadro que nos pintaram, da festa que nos expulsaram,



Não almejo suas vidas, nunca antes fiz,



E então talvez seja eu uma peça isolada,



Fria como a cor da alvorada, que deixa tudo prata antes de incandescer,



Preta, branca, peça de museu, inigualável,



Hoje tenho plena consciência de que nunca chegarei além



Dos portões que separam a solidão das companhias.



 



Sinto a solidão, fecho os olhos,



Suas cores são demais, abro-os novamente,



Não há como ver o mundo em preto e branco, na transparência que ele merecia,



Sinto, muito, como não sentir...



Sinto muito.


Você me trará?


 

Será que se eu lhe pedir,

Você me trará aquilo que mais desejo?

Nada complicado, nada caro, embora,

Na escala dos desejos, seja o mais estranho,

O menos encontrado.


Será que se eu lhe mostrar,

Você reconhecerá e, a partir desse momento,

Será teu desejo igualmente forte e fugaz,

Permitido e herético, pura heresia

Daqueles corações perversos que o negaram,

Mas que lhe peço: não negues mais!?


O que lhe peço mão alguma pode dar,

Força alguma pode encontrar,

Senão a da alma, se é que possuis uma,

E sei que sim, acaso caminharias ao acaso,

Ou talvez estejamos todos nós jogados

Nesse ocaso de nossas formas etéreas;

Ao benefício do acaso cruel e amargo dos

Desejos realizados, aqueles não desejáveis,

Aqueles insaciáveis, dos corações que aprendemos

A chamar de irmãos; a chamar... nunca mais?


Não! Há beleza e sentimento,

Eu os quero aqui, comigo!

Cúmplices dos sonhos, aprendizes da realidade,

Sejamos nós agora, desse doce momento

Até a eternidade, que a gratidão

Nos preencha boca e rostos e logo

Essa seja a face do mundo,

Pois não há beleza maior que ser grato

Por um Bem que nos há sido feito,

Não há maior alegria que, sem questionamentos,

Sermos presenteados com a gratidão de alma e coração,

Através dos atos de Bem, continuados a partir daquele primeiro gesto,

Daquela primeira palavra,

Em circuito, em longo circuito através do mundo,

Iluminando os espíritos e sorrisos,

Sendo, eternamente sendo, estando, vivendo...



Se eu lhe pedisse, será que você me traria?

Uma corrente... Talvez de ouro, talvez

De prata, mas não para se usar no pescoço,

E sim ao redor de todo o mundo.


Se eu lhe pedisse essa jóia... Será que você me traria?

 

Patricky Field

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Beira do caminho

 

 

 Sentei-me à beira do caminho,
Olhei nas direções Norte e Sul,
Senti o quanto havia caminhado,
Não sabia de onde havia vindo ou por onde
Conduzir meus passos de agora e de então.


 Sim, os de ontem ainda estão vivos,
Os passos ativos me conduzem em direções erradas,
Se só no pensamento penso em seguir à frente,
No coração sinto como se voltasse ou estagnasse,
E nada daquilo tudo o que vivi realmente em mim ficasse.


 Acabo de ver meus sonhos correndo porta afora,
Andando como se nada os pudesse deter,
Como se a mim não pertencessem,
Talvez não pertençam realmente...
Mas se parecem tanto comigo...


 Sou seu deus, são meus demônios,
Afogados num mar de risos contemporâneos
Envoltos numa bruma fria de “depois”, “agora não”,
Sempre “depois”, sempre “perdão”,
“Como vai” apenas, e mais um, mais um sonho que parte sem dizer razão.


 E na música a escala, como na oração,
Mi, dó, ré, e quantas mais,
Ut queant laxis, Ressonare Fibris, Mira gestoru,Para que possam ressoar as maravilhas!
Numa escala próxima à divina,
Criando verdades parecidas com aquelas de nossa primeira vida.


 Não me permita estagnar,
Se não puder correr como o rio
Que seja então uma onda daquele imenso mar,
De soltas notas de desejos primeiros,
De quando na estrada nos pusemos a caminhar.


 Hoje vi meus sonhos caminhando para longe
Percebi que são só sonhos, nem os chamei de volta,
Pus um pé na realidade, outro também, deixei pegadas,
Talvez recobre um pouco da magia se ouvir o som das notas,
Do caminho por aonde vim, da orquestra de minhas botas.

terça-feira, 2 de julho de 2013

blogfield: Olhos de criança

blogfield: Olhos de criança


Todas essas linhas em minha face... Os anos passam, poderiam ser essas linhas as únicas mudanças, as únicas marcas que acontecem na vida?

Eu vi uma criança hoje, passando logo abaixo da minha rua, ela olhou para mim, detrás de tais olhos abertos, olhos que poderiam dizer sobre o azul do céu, a vida escondida debaixo das pequenas pedras, sobre a luz, sobre as ondas do ar, sobre o verde das árvores, sobre os carrosséis e os movimentos da água em um riacho, sobre todos os "comos" e " por quês ". Olhos curiosos e luminosos, entretanto ela estivesse em uma pressa devido sua mãe, que a levava pela mão; e eu não pude ver os olhos da mulher. Os olhos da mãe não me encararam, ela caminhou rapidamente, como tantas pessoas fazem ela fitava algum ponto desconhecido, como tantas pessoas fazem, talvez fitasse os próprios pensamentos; talvez a própria vida. Tantas linhas na face dela também, tantas histórias para contar; talvez não. Eu não pude ver.

Talvez aquela criança jovem se perdesse se a mãe dela não a estivesse segurando pela mão, ao longo da congestionada e movimentada rua, ao longo daquele caminho. Mas talvez uma outra mão a guiar a mãe também não fosse útil? Os olhos dela, não contemplando parte alguma, enquanto ela caminhava… Perdida? Boa pergunta... Quem estaria mais perdida? Sem uma mão a guiar, qual das duas estaria mais perdida em menos tempo?

A criança jovem olhava para todos os lugares, detrás de seus olhos luminosos. Ela nunca se perderia, contanto que ela tivesse aquela mão para lhe guiar. Mas aquela orientação não a preveniria de outra espécie de perda, talvez a mais terrível e eterna de todas: A perda daquele interesse pela vida; não pela própria e concreta vida, mas por aquele mundo ingênuo e bonito que vive nos olhos luminosos que aquela criança podia ver tão claramente e vívido ao redor dela. Ela não estava perdida naquele momento, mas talvez ela estivesse um dia. A mãe dela não soltou da mão ao longo daquele caminho inteiro, mas a face da pequena menina não tinha ainda linhas cujas histórias ainda seriam vividas. E através dessas linhas ela terá que caminhar sem qualquer mão a lhe guiar, e talvez ela haja de se perder algum dia; mas a mãe dela não pôde ver isso, e a criança jovem também não estava atenta a isso naquele momento. Assim, ainda havia aquela luz na visão daquela criança, que mostrou um quadro vívido do mundo visto através dos olhos de uma criança.

domingo, 16 de junho de 2013

Vento de Inverno

























Aqui hoje há vento, soprando de encontro a mim,

Que assisto, à janela, sua força e presença,

Queria ter sido assim tão forte, imensa,

Capaz de abraçar o mundo, tocar moinhos, ser eu e tudo,

Num grande encontro,

Peso e leveza, ar e grandeza,

Mas junto de tudo aquilo que me faz viva,

Que faz sentir o hoje como única alternativa,

Para sorrir e viver.


 

E agora aqui, logo mais, será noite de inverno,

E quem se coloca a sorrir quando o dia se vai?

Pudessem contar-me todas as estórias de Amor,

‘inda mais agora, com as estrelas brilhantes desse céu,

Ainda assim seria triste despir-se do véu,

Que as estórias viram histórias, que viram história,

Que vira pálida memória,

Hoje não quero mais seguir com o vento,

Peço alento aos mais doces e distintos destinos,

Que tracem aqui comigo,

Seu caminho afinal.



Desejaria que eu pudesse carregar seu sorriso,

Aqui, em meu coração,

Nos momentos mais solitários, nas horas de alegria,

Para que conhecesse todos os meus lados,

E todas as estruturas,

E minhas inquietações

Fossem todas as suas,

E fossem todas dissolvidas,

Não haveria mais dúvida,

Exceto aquela eterna ferida,

Que cicatriza, mas avisa:

Nunca mais, andarilho, nunca mais.



Agora, que o vento deixou de soprar,

Ouço a canção das folhas que ainda caminham,

Essas sim, sem destino,

Talvez a próxima calçada,

Talvez uma longa caminhada,

Sopradas ao acaso,

Não quero ser suas aliadas,

Quero estar aqui, sentindo teu coração, pulsando vida,

Volvendo à casa que deixamos, invadida,

Por aquele vento forte, que me traz ainda à memória,

Um tempo que viria, após esse inverno de agora.

 

Patricky Field







domingo, 19 de maio de 2013

KNUSTE MENNESKER


Jeg har kendt hele verden, ensomhed er ikke i det fjerne;
jeg har tænkt på at vaske håenderne ligesom Pilatos,
så var der ikke på mine skuldre,
så meget vægt på,
som kunne jeg ikke bære...

Første del af et ansigt,der er et hænd til at kærtegne det,
sidste tid i sit hjem, ønsker man at være hel,
ønsker at menneskeheden var en enhed;
så meget til at lave om på det,
til at kende sig selv...

Er den menneskehed klar for denne verden?
Klar for at finde deres skridt forladt tilbage?

Mennesker søger efter evighed
søger efter sandhed,
altid i andre mennesker;
så kort denne livs kunst.

Aldrig... hele.
Hver tanke, hvert ord, det er som et guld sekund
hver del, det er ikke fandt på vejen;
man kan være hel siden fra første øjeblik af livet,
men stadig er der denne fornemmelsen ... aldrig hel...

Mennesker søger efter evighed af deres liv,
i andre menneskers virkelighed ...
hvis de blot kunne kende, i det mindste sig selv
hvis de var ikke blind for at se deres sjæle
og ikke vaskede håenderne...

hele verden ville ikke være en hjem af knuste mennesker.


                                                                                                    Patricky Field

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Jardim de meu amor


Jardim de meu amor



Sua presença é como a dança das borboletas, leve,
preenchendo o ar detrás dos portões de um jardim secreto,
onde bulbos dormentes florescem por onde antes só havia neve,
sementes em flores que se assistem e caem, entre si, em afeto.


A memória de sua existência, doce, tênue, tão antiga,
recordava-me, com certeza, de sua face, seu sorriso,
equivoquei-me por tais vezes, mas a sorte soou amiga,
sua face, uma vez mais, me apareceu, sem espera ou aviso.


Eu te amo, te amei e por certo te amarei,
ainda creio em algo mais que nos leva, eu te encontrei,
sua presença foi tão breve, por que sempre vai embora?
Então retorne, como as flores no jardim secreto, sem demora.


Como um menino, talvez não mais que quando de ti me lembro,
trajado em verde escuro, como as folhas do carvalho,
seu sorriso ainda me lembra os dias claros de setembro
quando a flor colhida ainda sustentava última gota de orvalho.


Ai de mim, se me engano não quero tal dura sentença,
me preenche de alegria apenas por conhecer sua essência,
e por detrás dos portões tomados de hera de nosso jardim secreto,
meu coração de ti se preenche como, de flores, o jardim se vê repleto.


Patricky Field

domingo, 31 de março de 2013

Avaliação de desempenho

O dono de um talho foi surpreendido pela entrada dum cão dentro da loja.
Ele enxotou-o mas o cão voltou logo de seguida. Novamente ele tentou
espantá-lo mas reparou que o cão trazia um bilhete na boca. Ele pegou no
bilhete e leu: «Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?»
O cão trazia também dinheiro na boca, uma nota de 50 euros. Ele pegou no
dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou-o na
boca do cão.
O talhante ficou realmente impressionado e, como já estava na hora, decidiu
fechar a loja e seguir o cão. Este começou a descer a rua e, quando chegou
ao cruzamento, depositou o saco no chão, saltou e carregou no botão para
fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca que o sinal
fechasse e pudesse atravessar. Atravessou a rua e caminhou até uma
paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo.
Na paragem, o cão olhou para o painel dos horários e sentou-se no banco,
esperando o autocarro.
Quando um autocarro chegou o cão foi até à frente para conferir o número e
voltou para o seu lugar. Outro autocarro chegou e ele tornou a olhar, viu que
aquele era o número certo e entrou.
O talhante, boquiaberto, seguiu o cão. Mais adiante o cão levantou-se, ficou
em pé nas duas patas traseiras e carregou no botão para mandar parar o
autocarro, tudo isso com as compras ainda na boca.
O talhante e o cão foram caminhando pela rua quando o cão parou à porta
de uma casa e pôs as compras no passeio. Então virou-se um pouco, correu
e atirou-se contra a porta. Tornou a fazer o mesmo, mas ninguém
respondeu.
Então contornou a casa, galgou um muro baixo, foi até à janela e começou a
bater com a cabeça no vidro várias vezes. Caminhou de volta para a porta e,
de repente, um tipo enorme abriu a porta e começou a espancar o bicho.
O talhante correu até ao homem e impediu-o, dizendo:
- Deus do céu, homem, o que é que está a fazer? O seu cão é um génio!
O homem respondeu:
- Um génio? Esta já é a segunda vez esta semana que este cão estúpido se
esquece da chave!!!

Moral da história:

Podes continuar a exceder as expectativas mas, aos
olhos daqueles que te avaliam, isso estará sempre abaixo do esperado...

sábado, 16 de março de 2013

O Amor... o que é?

"É complicado, atordoante, te vira completamente do avesso, mas encontrar a pessoa que te completa é a melhor sensação que alguém pode ter. É como se fosse um encontro consigo próprio, e como tal, é claro, amedronta, faz você repensar toda sua vida, e você descobre que não era nada antes de conhecer o verdadeiro amor, e que, depois dele, você já era, está aniquilado se não tiver mais, mesmo que por um dia, sua alma especial ao seu lado."

Patricky Field - em Coração e Ímpeto

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Quando o novo dia nascer


 

A noite vem fria e com sua escuridão,
Há tanto a fazer, mas eu penso em dormir;
O medo de infância era tolo e vão,
O sol retornava todas as manhãs e me fazia sorrir.

Agora, enxergo no escuro o que antes era impossível,
O monstro negro virou-se sombras e luzes,
Da noite, não temo nada, isso parece incrível,
Mas é em plena luz do dia que enfrento meus medos e minhas cruzes.

Por que abrir mão da paz, se tudo é nada?
O medo do escuro é como o medo da verdade,
Se não a conhecermos, a vida não é mais que sombra que passa,
E o grande monstro da infância é a ignorância em qualquer idade.

Não ignore seu momento, viva, da aurora ao ocaso;
Cada segundo é um dom divino porque é único, não retorna;
Podemos escolher entre o amor ou o pouco caso, mas,
De ambos, apenas a você cabe dar a cor, o som ou a forma.

Não temo nada, sou eu parte do Universo,
E um halo novo, de brilho intenso, me faz leve e puro,
Como o teu sorriso me faz desejar em teu olhar estar imerso,
Enquanto os dias passam e as noites fazem um desenho novo em teu muro.

E, não mais os monstros do passado, as noites mal dormidas;
Não mais os dias de angústia por uma mal vivida vida;
É doce o mar, o céu, a estrada por onde eu vou, cada dia;
Eu posso, do caminho, colher flores ou travar a briga.

Mas eu escolho o sol, o brilho da luz em minha alma,
Que tem o amor permitido se acenda, amor pela vida,
Pela força da simplicidade de afeiçoes reais e não forçadas.
Não me chocam as mentiras que murmuram nas calçadas;
Na serenidade de meus passos, por sobre a areia, pedra ou brasa,
Caminho dois mil passos se preciso for, para retornar a casa.

E, na escuridão da noite, há um pedido a fazer,
Que você tenha bons sonhos e desperte tranqüilo quando o novo dia nascer.
 

 


sábado, 26 de janeiro de 2013

Não sejais vento...

“(...) Richard sabia que esse momento surgiria mais cedo ou mais tarde. E ele não estava disposto a fugir. Aquele homem o odiava, e agora ainda mais. Todo amor que Richard sentia pelo mar era visto com desprezo cada vez maior por aquele homem.
___ Jamais temi o mar, ele apenas cumpre sua missão com sabedoria, mas se por vezes torna-se violento, a culpa é do vento... não dele.
A voz de Richard era velada, quase triste, ele mais que ninguém sabia o quão inútil era tentar travar qualquer diálogo com aquele homem.
Mas era necessário, sempre há o momento para um acerto de contas, e deve-se ter força e coragem para enfrentá-lo.
___ Bobagens..., sempre falando...”bobagens” – ele falou por fim entre dentes. Havia bebido muito, percebia-se pelo cheiro forte que o cercava como uma aura ruim. A gravata desfeita no colarinho aberto. Todo ele se mostrava de um modo vulgar, como Richard jamais vira antes.
O que é que você sabe, afinal das contas?
___ Talvez nada... – Richard tentava se afastar dele, mas ele andava cambaleando em sua direção, sem desistir – A vida, como o mar não oferece perigo algum, mas pessoas insistem em ser vento, e fazem tempestades, modificando a natureza primeira da vida... que como a do mar não é de perigo.(...)”

O Homem da Costa Norte, por Anne Russel, pg. 905


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que é ter HUMANIDADE



“O que acontece à inteligência quando passa a acreditar nas mentiras que inventa para outrem? É lançada a loucos turbilhões, sugada por vórtices tenebrosos?
 “Um”, por Richard Bach, pg 100.


“Cólera é medo, isso eu sabia. Toda pessoa colérica é uma pessoa amedrontada, que teme alguma perda.”
“Um”, por Richard Bach, pg 101


“Um ser humano é uma expressão da vida, que traz a luz e reflete o amor em qualquer dimensão que ele resolva tocar, em qualquer forma que deseje assumir. Humanidade não é uma descrição física, é uma meta espiritual. Não é uma coisa que nos é dada, é algo que conquistamos.
___ Acho que estou habituado a considerar que todas as pessoas são humanas. – falei.
___ Talvez deva reformular seus conceitos. – sugeriu ela.”
“Um”, por Richard Bach, pg 159


“Já se sentiram assim, em uníssono com o mundo, com o universo, com tudo o que existe a um grau tal que são invadidos pelo amor? (...) ISSO é a realidade. ISSO é a verdade. O que fazemos dela compete a nós, tal como a pintura de aurora compete ao artista. No mundo de vocês, a humanidade afastou-se desse amor. Ele vive o ódio, lutas pelo poder. Continuem, e ninguém verá a aurora. O alvorecer sempre existirá, naturalmente, mas as pessoas nada saberão a seu respeito e, por fim, até a lembrança de sua beleza desaparecerá.”
“Um”, por Richard Bach, pg 169