sábado, 15 de dezembro de 2012

O azul que prometi - poema



 

 O azul que prometi

Eu me lembro de um rosto amigo, onde 
Flores nasciam por todo o jardim,
Na fresca manhã de um outono antigo,
Antes que o sol brilhasse sua luz em mim.

Eu o via se encaminhando, ele me trazia paz;
Seu olhar, sempre dedicado, brilhava ao me ver;
E eu sabia que ele não me poderia amar mais
Assim como a ele eu amava, com todo meu ser.

Nosso jardim florescia por seus cuidados,
Eu o observava, cada gesto por sobre as delicadas flores;
Poderiam nos dizer eternos apaixonados
E, por sua doce presença, eu me perdia de amores.

"___ O bouquet mais precioso do jardim,
a ti dedico, amor meu, meu doce encanto.
Quero ver-te sempre assim
Sorrindo ao meu lado, pois que te amo tanto!..."

Ela sorria, com os olhos fechados, ao meu lado;
Eu a observava, confusa com o que ocorria,
Ele a trouxera pela mão até nosso jardim amado
E me apresentava como a algo que apenas lhe servia.

Ela me olhou, quando sua face se inclinara,
Seu sorriso desfez-se diante dele e de mim;
Ele perguntou se o presente não a agradara,
Eu não compreendia do que se tratava tudo enfim.

"___ Lilás?... Mas que espécie de flor é essa?"
Perguntou ela, desapontada, ao meu amor.
"___ Sei que queiras azul, mas a natureza pregou-me essa peça."
Respondeu ele, acanhado apenas por causa de minha cor.

Eles se foram, discutiam por banalidade,
Eu fiquei ali, imóvel, com o forte amor que sentia;
O jardineiro me cuidava para aquela a quem amava de verdade,
Não era eu, somente agora, dolorido, eu percebia.

À noite ele retornou, sentou-se ao meu lado;
Eu aparentava o mesmo aspecto de sempre
Embora, por dentro, se houvesse, meu coração seria quebrado;
Eu ainda o amava como se eu também fosse gente.

Mas ele não percebeu meu amor, como poderia?
A ele eu era somente uma planta florida do jardim;
Então ele me tocou no bouquet que recém nascia
E, com lágrimas a lhe descer do rosto, disse-me assim:

"___ Sei que não tens culpa de tua cor,
ainda gosto-te com a cor que tiveres em ti;
mas, à ela, não agradaste, minha bela flor,
e eu a amo tanto, mas não pude cumprir o que prometi."

Uma lágrima apenas ele deitou em mim,
Seu sal parecia queimar-me as pétalas lilases,
Eu o observei levantar-se e sair do jardim,
A noite era escura, de lua que mudava suas fases.

O primeiro raio de sol me chegou brilhante
E, com tristeza, lembrava-me de ser a culpada;
Por meu amor ser infeliz naquele instante
E por eu ser apenas uma planta que queria ser amada.

Mas ele chegou sorrindo e se aproximou devagar
Tocou-me nas pétalas e no bouquet que se abria.
"___ Azul, tornaste-te azul, mas como pudera mudar?"
Eu me surpreendi com o que ele me dizia.

Não me sentia diferente, nada parecia mudado em mim,
Mas um amor ainda maior crescia em minha essência;
Ele guardou aquela mágica só para nosso jardim
E, a ela, ele nunca ofereceu aquela amada hortênsia.

 Patricky Field







domingo, 9 de dezembro de 2012

If I had the chance



If I had the chance
                                                        Patricky Field

If I knew the day the Earth is going to turn upside down, I'd save a long minute before it, to kiss your lips and to transmit you all my faith in a world beyond these days; I’d let you know how much I need you and that I’d miss you more than the rise of the sun on East.

If I knew it all is going to be finished soon, I’d bring you next to me no matter distance or time; I’d walk an extra mile because you would be never way too far for me to carry you home, to have you near.

If I took all the chances to save the world alone, I’d start it by putting you safe and sound out from this world, away from all the perilous and harmful situations, even if I had to give my life away for it, and then, the rest of the world was under the risk to be destroyed afterwards.

And I’d never blame you for taking my life away, because you have given me my life at first, and it is you whom I shall owe my existence, I lived only due your presence and love.

If I had the chance to see the sun rising on East for the last time…I’d offer you my inner light to guide you like a beacon in a huge sea, the sea of my emotions and of the one whom I became only ‘cause of you.

domingo, 18 de novembro de 2012

Não se pode estar pela metade quando questionados pela vida




"___ Eu que lhe agradeço, Richard – Quisty abraçou o amigo com a emoção ainda forte em seu espírito – Hoje, quem aprendeu algo muito valioso fui eu, meu amigo. Aprendi que o tempo vem com suas respostas antes das perguntas serem feitas e que não se pode estar pela metade quando questionados pela vida; ela não admite se estar mais ou menos pronto, mais ou menos ciente ou conhecer apenas a superfície. Quando a vida apresenta a pergunta é preferível a ignorância total da resposta à uma resposta imperfeita e falha. E essa dúvida agora não é mais ignorada porque eu pude compreender o que o tempo leva anos para dizer."   

                                                                       Do livro: Coração e Ímpeto, de Patricky Field.

domingo, 28 de outubro de 2012

Vento e Calmaria


 

Atira-te ao céu, tu, e teu destino, e desejo,

Segura em todos, menos em ti mesmo,

Abre as portas ao arrependimento, e,

Por mais que semeies, semeias apenas vento.

 

Colhendo sombras elas vão, acreditando,

Que somente o sol lhes vêm quando estão acordando,

E depuras teu estoque de sorrisos,

Quantos anos de lutas e retoques tão precisos.

 

O Amor, oh! Tens conseguido Dele, ou Ele?

Tiraste a sorte, para ti ou dos outros?

Para nunca retornares queimaste o mapa e as pontes e os sapatos,

Seriam aquelas de gravetos e vozes, desapareceriam através ou não de teus atos.

 

Pela noite o ar preenche os espaços,

Parece eterna a forma como são preenchidos nossos traços,

Cada pele, mãos, coração,

Os teus e tuas, exatamente, como convêm a cada estação.

 

Mas o vento traz algo como poder e transformação,

Soprando a calmaria de volta, num ciclo de alucinação,

Se na calma não há ventos,

No vento não há como ocultar os sentimentos.

 

Tua doce ordenada convicção se torna ordem e comando,

Em instantes tens a certeza de que nada está certo ou caminhando,

Mas, e quanto àquela roda celeste de tantos destinos e desejos?

Seguraste em todos, e esqueceste de seguir teus próprios lampejos.

 

Vento e calmaria são distantes formas de criar,

Mas são tudo o que semeamos e colhemos e tentamos evitar,

O primeiro nos derruba e impede de seguir em frente,

A segunda é morosa, maçante e impertinente.

 

O Amor seria a terceira opção,

Mas teu ódio cega e tira toda e qualquer razão,

Então sejam vento e calmaria as novas pontes a cruzar,

Desejos atirados ao céu... e será hora de novamente as inutilizar.

 

Patricky Field

domingo, 21 de outubro de 2012

Velhas Fontes

 



Se eu me perco, serei um a mais?

Se te conheço, terei que voltar atrás?

Como um pássaro triste que trouxe vida à floresta,

mas que de sua própria vida nada mais resta?


Amado, a música toca, através do vento,

o som do mar ouve os teus pensamentos,

como o desejo de um deus displicente

um universo se fez, de toda dor ausente.


O tempo transcorreu, a vida se refez,

novas dores, sofrimentos, todos de uma vez,

aquele deus, de todo seu coração,

renasceu, para novamente cair em tentação.


Hoje a gota do último frasco se verteu,

se a primeira ou a última todos sabem, menos eu,

tantos foram os caminhos para cruzar a mesma ponte,

se foi vinho, se foi água, todos buscam outras fontes.


E o vento amainou, apesar do céu cinzento,

e a música lá fora é outra forma de tormento,

se eu me perco, sou mais um a vagar pelas estradas,

aos olhos de todos, eternamente, um ser... que não vale nada.

 

 Patricky Field


Tempo e amar

O tempo é o mais interessante instrumento da vida, modifica a natureza, transforma até mesmo as pedras, aplaca a força das tristezas e das paixões.
Mas, ao mesmo tempo, é ele que fortalece os sentimentos puros, como a fé e o Amor.
Anne Russel










Time is the most impressive instrument of life; it modifies the Nature, and changes even the stones, eases the sadness and stills the force of the passions. But, it is that same time which makes the pure feelings, like Faith and Love, grow stronger.

domingo, 30 de setembro de 2012

Em mãos erradas




Sabe, quando todas as canções já foram cantadas,

E todos os poemas já foram escritos,

E todas as leis foram redigidas,

E até mesmo o ar já foi respirado?

É assim mesmo que me sinto.


E, quando as flores de outono são as mesmas pelos campos,

E a mente se liberta, mas segue em curvas,

tropeçando,

Quando as cartas envelhecem, mofam, crestam, desaparecem;

Mas as palavras já haviam abandonado há longa data o peito,

A mente, as forças e a memória?

É o modo exato que me sinto.


Aquele dia que se pôs sem sol,

Aquela manhã que se ergue brilhante,

Tudo tão igual a tudo o que já se viu dantes,

E a dor que fica ali, presente, latejante,

Até ela é a mesma que lateja como antes;

O mundo passa, a gente fica,

Ou será mesmo o contrário, a gente passa, e o mundo

Fica.


Olhando agora, mais de perto,

Até mesmo o HD está cheio, e vazio ao mesmo tempo,

Novas pastas com nomes estranhos, nomes próprios, nomes feios;

Tudo se acumula; nada é visível,

Apenas o medo de perdê-lo...

Perder o quê mesmo? Se nem ao menos sei o que é esse sensor

Que tenho aqui, dentro do meu peito?


O cão ladra, sempre igual;

Até o dia em que morre, ou rompe a cerca, e foge,

E dos ruídos, nem sinal;

E uma fuga através da rua, ou através-além da vida,

São segundos, são minutos, são horas, mas finitas.


Sabe, quando a piada é aquela da qual já se deu risada?

Ou a janela tem tantos vidros, mas parece ainda tão estilhaçada?

Sabe, quando os outros já viraram realmente outros,

E os de perto fugiram para se bandearem e se juntarem àquele mesmo coro?


Sabe quando a roda gira e ainda assim parece enguiçada?

Sabe quando “aquilo” realmente caiu em mãos erradas?


Pois bem. É assim que eu sinto o mundo.

Exatamente assim. E mais nada.

Patricky Field












Into the wrong hands

Do you know, when all the songs have already been sung,
And all the poems have already been written,
And all the laws have been created,
And even the air has been already breathed?
That’s the way I feel these days.

And, when the autumn flowers are the same in the fields,
And the mind is set free, but it follows a stumbling twisted way,
When the letters get old, grow moldy, burnt, vanished;
But those words had already left long ago,
Left chest, mind, the strength and the memory?
That’s quite a lot of how I feel.

That day that finished without a sun,
That morning that’s rising so bright,
Everything so alike everything else that you’ve seen before,
And that pain that’s there, near, beating,
It is the same old pain that has been beaten before.
The world passes, and we stay,
Or is it the reverse, we pass, and the world stays?

Looking now, closer,
Even the HD seems to be full, and empty at same time,
New folders with strange names, people names, harsh names,
Everything gets in loads and loads,
But nothing is visible,
Only the fear of losing it....
But losing what? If not even I know what is this sensor that I have here, inside of my chest?

The dog barks, always the same way,
Til the day it dies, or breaks thru the fence, and runs,
And from the noisy barks, not even a sign,
And a runaway across the street, or across the “beyond”,
It takes seconds, minutes, hours, but it’s always a finite moment.

Do you know, when the joke is the one you’ve laughed at before,
Or the window has so many glasses, but even so it seems so broke into small pieces?
Do you know, when the others have really turned into other ones,
And those ones who were so close have run to get together that same choir of the other ones?

Do you know when the wheel spins, and even so it seems to be so deadly stuck?
Do you know when “that thing” has really fallen into the wrong hands?

Well. That’s the way that I feel the world.
Exactly that… And nothing else.


domingo, 16 de setembro de 2012

Lemniscata




Despertar

Patricky Field  

Acordo, e penso naquilo que tanto me fez sofrer,
Outrora foi sonho, o que o presente fez parecer real,
Agora que vejo o dia calmo, que começa a nascer,
Percebo além do tempo a verdadeira essência, do Bem e do Mal.

Não fui eu, não foi por mim;
Tudo ilusão, de um tempo que é, que foi e que sempre será,
Nunca existiram dias assim tão ruins,
Jamais haverá felicidade alguma que não a que aqui já é e está.

Eu pertenço ao eterno momento do silêncio,
Preciso segundo de um toque fugaz,
Ao menos tenho a nobreza do sentimento
Que, apesar de tudo, de tudo será capaz.

De me defender, de criar, de dar e ouvir,
De tudo um pouco, construindo o sonho,
O sonho daquele dia que nunca há de vir,
Da noite que termina com o sol, brilhando a ouro.

Aqui termina e aqui começa; uma roda em minha mão;
Tesouro e indiferença nessa lemniscata viva;
Tanto amor não poderia nunca ter sido em vão,
Nem mesmo a dor, que aproxima e reaviva.

Perdoe-me os desencontros, não foram culpa minha;
Te perdoo tudo aquilo que antes eu não sabia,
E enfim, ao acordar, não teremos mais certezas,
Apenas a de que a roda há cessado e nos retirado toda e qualquer tristeza.

domingo, 9 de setembro de 2012

Fidelidade de tua alma


Onde está teu ser, oh beleza imaculada?
Minha vida é guiada pela Luz de tua alma;
por quantos caminhos viajei; meus, teus, centenas de chegadas;
mas em todas elas o retorno sem respostas, apenas eu e um imenso eterno nada.

Ora aqui, ora distante;
Por que partir se somos apenas esse instante?
Por que não ver que, o fogo que aponta no horizonte,
é somente o brilho que nos olhos trazemos forte e incessante?

O destino dá, o destino toma,
não podemos simplesmente ser ao invés de ter?
Ser coragem, ser Amor, ser da vida o eterno Dom;
inamovíveis, porém mutáveis, capazes de tudo o que nunca ousamos até então.

Como refrear os passos quando se acaba de aprender a andar?
Na busca pelo ar, como deixar de respirar?
Em cada canto o ser grita por uma liberdade
que vem apenas quando a última palavra se calar pela verdade.

O mundo não é mal, é apenas ilusão;
como pode produzir sonhos tão reais, de tão alta definição?
Como se um fino cristal pudesse esconder o seu interior
o Universo tenta preservar seus segredos de todo e qualquer invasor.

E a invasão de sentimentos se assoma, de tal forma que assusta;
e o medo produz muros e paredes que oprimem,
caminhos que nos levam para mais distante do que fomos ontem,
perdendo-se estórias e verdades; não havendo quem as contem.

Sou a dor de uma jornada que procura ser estrada,
iluminada pela Luz de sua alma, imaculada;
haverá um destino fiel nesse meio chamado vida?
Será eterna essa busca que iniciei; alma querida?


                                                                        Patricky Field







 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Vinha de poesia

(...) Queria brincar contigo por sobre os relvados,
ser feliz como a todos que, pelo amor, seriam
também tocados;
agora esqueço os pesares que me andam rondando,
seguro nas pontas de seus dedos que me aceitam e conduzem por portões iluminados das estrelas de
um céu, mar de almas corsárias que
desafiam cartas e astrolábios e navegam
somente com a confiança em seus corações,
e com a tranquilidade de terem um porto
para onde voltar quando as vagas cessarem e as
marés tocarem os barcos de volta ao lar.

Seria e é assim quando em ti deito meus pensamentos,
seria e é assim cada lembrança,
sereno, terno momento...
E se o hoje nos quer mal e o mundo não conhece esse teu segredo,
viverei pela verdade de seus olhos, sem angústia e nem medo.

Porque é assim quando de ti me lembro,
porque a música toca bonita e clara
como os sons da alvorada; e os espelhos
refletem o sorriso seu que tanto me acalma,
que é tão parecido com minha própria alma.

A poesia é sombra rápida de um sol que
ilumina a árvore da vida, e o amor
são os destinos traçados pelo dom de viver,
por aquela decisão de ser, ao invés de não ser.
Só que morre de castigos antigos,
de tragédias ocultas, a poesia é sombra
de minha vinha e o que eu não cuidar
fenesce, sem que outros a venham cultivar.

Por isso o sol de teu sorriso a mim venha
acalentar, não mais somente a chuva das
tardes eternas e das manhãs escuras.
Minha alma ecoa sons sem vozes que
em ti cabem, como música ao longe,
como o significado da vida, que não
é a utopia do amanhã, nem a fugacidade
do ontem. Em teu sorriso minha alma
habita. Em tua paz eu reconheço a origem
de minha vida.

domingo, 2 de setembro de 2012

Words... the strongest weapon



"The word is the strongest weapon I carry with me. If the fate is unharmed through the walls of the dawn, where are the warriors with their swords of love, waiting for the evening that always comes accompanied by old trunks full of remarkable stories of struggles waged during the day?"  books by Allan Kardek

domingo, 19 de agosto de 2012

A realidade é quem muda? E a nossa forma de encará-la?

Quando nascemos, compreendemos uma porção de coisas e elementos que a mente humana consegue captar. Digo humana, pois que da alma nada se conhece além dos mitos e dos fatos que de outros ouvimos, assimilamos; nada de concreto.
O tempo não pára, não nos deixa respirar... qual será seu plano, nos mantendo sempre em pressa, sempre em movimento?
Nada de intervalos, nenhuma vaga de calmaria nesse turbulento profundo mar da vida. A existência passa, cuidado! Se já não foi, ela te atropela. Qual é essa praia em que nunca a onda quebra?
Questões, hein? E aquela velha compreensão de origem materna?
Nascemos para um plano, uma vida completa, nada de desvios, nem um ponto de interrogação em alguma frase do livro da vida.
Questões? É mais fácil pensar na má sorte que, de fora, nos atinge como um raio. Aí estão as respostas. Somos mal afortunados, pobres vítimas da incúria que, de um lado nos cumula de maus tratos.
A quem se ama, um pouquinho de cuidado... O que é o amor?
Já toquei uma vez o amor, ele é fofo, quente, vermelho... Ahn? Ah!, só um momento; essa era uma almofada velha que eu abraçava vez ou outra, me enganei.
O amor?... Bem... Sabe, eu não tenho uma foto ou pintura, nem palavras que, unidas, descreveriam o amor.
Qualquer sentimento é um algo assim, digamos, difícil de se encontrar debaixo do nariz, à mão, como estamos todos nós e todas as coisas que constituem o nosso mundo real.
Realidade. Eis o ponto. Bem e Mal. Sabe você que espécie de antítese seria essa? O “Bem” e o “Mal”... Fácil identificar, é lógico.
Bem é tudo o que há de Bom. Mal é tudo o que há de Mau, de ruim. Isso. Está bem explicado, não é? Não é?....  Será?...
Ih!, pára de perguntar, isso é tudo o que há para se dizer sobre o Bem e o Mal.
É. Basta um segundo de dúvida e o castelo da certeza em simples definições se desfaz. Bem, era esse o plano do tempo, a principio.
“ Não vos deixarei um minuto para pensardes, ou então me venceríeis.”
É, tempo, Sr. Insanidade Temporária, o senhor está vencendo mesmo. Olhe à tua volta. Ocupados, todos, a vida é cada dia um precioso obstáculo a ser superado. Não contamos muito com a ajuda de todos os outros, não é mesmo? Não há tempo, não há entendimento, pois não há tempo.
Espelhos, temos muitos. Quem não se mirou num 7X8, num 60X100cm? Vemos sim, somos legais, às vezes nem tanto, mas mais um minutinho ali, aqui e pronto! Todos vão me ver, estou apresentável para uma rápida inspeção de rotina. Todos me viram, passei o dia à volta com meus seres humanos e, agora, eu vou para a cama; foi um tempo bem gasto.

“Hei! Alguém viu a minha jaqueta, que eu esqueci por sobre a mesa?”
“Jaqueta? Não reparei que usava uma. Eu estava ao lado, ocupado em amarrar os cadarços de meu tênis, aquele com luzes e amortecedor.”
“O que? Você comprou aquele tênis? Puxa, eu nem vi... Mas que bom, também vou comprar um, sabia?

Bem, às vezes nem se percebe mesmo pequenos detalhes, é um dom perdoável.

“Faça aos outros o que quereríeis vos fizessem”...
Ah, essa é triste! Dá para crer nessa máxima?
Se eu desejo ocupar um cargo de promoção, como vou eu também promover outro a mesmo cargo? Eu já estou lá, eu quis assim. Se eu quero que me dêem algumas horas de repouso, como posso eu também permitir ao outro descansar, se alguém tem que trabalhar? Dura essa, hein?
Pior ainda, eu desejo que me batam, então saio por aí distribuindo porrada em todos os que me cruzem o caminho. Tem essa sim, cada um sabe do que gosta ou deseja.

Aí está de volta o velho antagonismo, Bem e Mal. Tem coisa pior do que parar para pensar? Eh, tempo bastardo, sabe manipular bem. Isso é que é mestre das ilusões. Sabe, aqueles mágicos de cartas que te põe tão atento às cenas, ao espetáculo, que te engrupe, te leva para a conclusão mais pura de que foi real e não houve truques, não houve jogos de mãos e olhos e um pouco de dormência na alma?
Bem, eu acredito em magia, mas aquela que nos envolve nesse mundo, que ergue o sol  (ergue?), desabrocha as flores  (cada dia um botão, talvez seria o mesmo?), faz chover para renovar a água (tomamos banho com água de 1.000.000,00 de anos?) e, ao fim de tudo, nos dá o tempo de nascer, crescer e morrer.
Quem se lembra do dia de ontem? Ah, é fácil, era quando eu quis tanto aquele... aquela coisa... Ah!, era algo legal para aquele dia, mas agora já me esqueci. Hoje eu não preciso mais daquilo. Mas foi tão bom, fiquei muito satisfeito por quase todo aquele dia... Pena que tive que conseguir a custo de um pequeno sacrifício dos outros, foi difícil, mas o que há, se agora esse sentimento é mais difícil de tirar, não sei porque teima em aparecer o sentimento de culpa nas horas que mais me incomoda, quando estou sozinho, quando vou dormir; e não volta aquela sensação boa de quando consegui o que avidamente desejava. Agora, tenho que partir para nova conquista, e vai ser tão compensatória quanto a outra. Minutos de prazer e aqueles segundos eternos de um incômodo peso no estômago. Mas isso passa, deve passar com um biscoito ou dois, talvez um anti-ácido...
Cansei, chega. Palavras demais para verdades de menos. Ela é uma só. O bem, o Mal, o Amor, a Reciprocidade, eu não tenho como explicar. O motivo? Você não me ouviria, somos surdos para uma porção de coisas, aquelas que nós dizemos, por exemplo, e também aquelas que a nós são ditas como alerta ou revelação.
Quem gosta de ser execrado? Não sabe o que é isso? É, talvez porque não exista tal palavra. Não digo na expressão lingüística, mas no sentido em si.
Quem te ama? Poucos, não é? Você sabe, aqueles que não te desejam bom dia, mas te proporcionam uma boa existência. Aqueles que não te elogiam, mas te fazem sempre ser melhor. Aqueles que, à noite, te dispensam um minuto de paz e descanso. Aqueles que discutem porque te ouviram e te compreenderam. Às vezes os erros, às vezes os acertos. Aqueles que, segundo o que ouvi, te permitiram dar o amor em troca de nada, te permitiram entrar e ficar... é raro isso, não é? Fala sério.
Bem, esses não têm nome, são sentimentos e, conhecendo a ti como tu mesmo, não há como execrar, seria suicídio, visto que são partes de um todo, não adianta falar que não. Mas veja bem, ouviu o que eu disse, não é? São poucos, às vezes nem existam ainda em tua vida, mas quando estiverem à sua frente, você vai saber. Não é homem, mulher, nada disso, amor eterno. É fraterno, é respeito; não é chavão de Internet ou palavras baratas. É importante, o que de mais o tempo não pode domar. A união e o respeito. Por esses, você aprende que era melhor do que supunha (não se sacrifica para mudar)  um desejo natural de não magoar, já que no outro supõe-se mesmo desejo de sentir.
Isso pode levar anos, talvez nunca ocorra, mas o tempo perdido com enganos e sentimentos errados é o que aniquila as chances.
O tempo... Ah, ele engrupe sim, é horrível. Te faz sentir perdedor, sempre se perde algo de um dia para o outro. Puxa, que existência importante. Não devemos perder nada, senão... O tempo exige sermos fluentes, sermos correntes.
O Bem e o Mal permanecem o “Bom” e o “Mau”, nunca haverá tempo para os descobrir estado de espírito; o momento que se atravessa deixando nas pessoas, objetos inanimados, atos ou conceitos, o sabor de amargo ou doces lembranças. O individual por sobre o conceito, o valor por sobre o já mastigado peso.
O amor... sem tempo para ponderar, vai passar batido assim como tantos outros compromissos.
O que me leva a escrever tanto e tamanhas tolices? Bem... ou mal ;o)) Eu acredito que ninguém ao menos terá tempo para ler e, acaso tenha, Ih!... Mais tempo para compreender...
Não, a ilusão do mágico leva só uns 5 minutos, é melhor ater-se a ela, é realmente rápida... Mas passa, sabe, como os anos. O palco foi fechado, as cartas foram levadas e, na platéia, um indivíduo só continua sentado, aplaudindo o ato e ainda especulando como tudo há acontecido tão mágico, diante de seus olhos tão aguçados e como fará para, já à noite e só, encontrar o caminho e voltar para casa. Você nem viu o tempo passar, parecia eterno...
Esse tempo é um caso sério mesmo. Se ao menos o tempo desse um tempo...


Patricky Field
23 de Dezembro de 2001










domingo, 12 de agosto de 2012

Viver apenas ou ser a própria vida para sempre?



"(...) Sempre foram suas flores preferidas nos canteiros, os gerânios que vira Dináh cultivando quando daquela mesma época, em L.A.... Que doce momento... Tê-los vivido, aqueles minutos de amor profundo, além das cordas que tocam a música da rotina, do hoje humano, do estar vivo e, por isso, obtuso, abstraído do conteúdo fora da matéria, matéria essa onde os códigos não tocam a forma pura de energia que preenche as cordas douradas do eu-eterno que pulsa ao longe o que o homem-vivo não pode experimentar, sem que tenha da vida recebido aquele dom gratuito do pequeno segundo, minuto de amor profundo que surge uma vez só e que preenche eternamente aquele elo entre viver apenas e ser a própria vida para sempre."

Patricky Field, em Coração e Ímpeto, pg. 2156.

O Aleph - Energia Divina

"Por que há alguns meses me queixei de que não estava conectado com a Energia Divina? Que bobagem! Sempre estamos, é a rotina que não nos permite reconhecer isso."

Paulo Coelho, em O Aleph, 2006. pg 113.

sábado, 28 de julho de 2012

domingo, 22 de julho de 2012

Perdoando...














 "(...)
 Uma infinidade de sentimentos perpassaram por sua mente, em um milésimo daquele segundo ele sentiu medo, por Dináh estar desprotegida ali frente aquela situação, sentiu dor, contrariedade, raiva e tudo isso se mesclava ao passado, de onde Gerald também parecia resgatar a dor daquele conflito que os envolvera a todos e do qual não haviam conseguido sair ilesos naquela vida.
Tais marcas eram para sempre. Quisty as carregara consigo durante todos os seus dias e também Gerald as tinha, embora não as recordasse, agora se lhe apareciam tão vivas quanto o momento que vivia ali, crendo que Quisty lhe era uma ameaça... Mas a quê? Ele sentia sua vida ameaçada por Quisty, mas não entendia a razão daquela dor, daquela agonia que o dominava.
            Quisty o olhou ali, naquele segundo. Todos tiveram sua parcela de culpa no passado, mesmo não tendo atentado diretamente contra a vida de ninguém, ele se envolvera e contribuíra para que o fim trágico de todos ocorresse da maneira como ocorreu. E isso agora ele compreendia tão inteiramente, que lhe causou um estranho sentimento que nunca antes havia lhe acometido. A dor da culpa, era isso o que sentia agora, não mais raiva ou medo; e ao enxergar em si também a origem daquele mal, Quisty sentiu algo subir-lhe ao peito, tão forte que diante de Gerald, ele até então calado, uma palavra escapou-lhe dos lábios, surpreendendo a si mesmo e também a Gerald, que não pareceu entender o que ouvia:
             ___ Perdão...
             ___ O quê? – Gerald se afastou um pouco, olhando surpreso para Quisty.
             Quisty o fitou também, dizendo mais uma vez o que sentia tão forte por dentro:
             ___ Me perdoa... Pelo o que eu fiz, me perdoa...
                                                                  (...)"

sábado, 21 de julho de 2012

Não existe o Mal



"Todos os males, quando grandes demais, assustam pela aparência grotesca e obscura; nunca se sabe o que deles esperar. É o caos, que ocorre quando não há como prever o próximo passo, ou saber o que advirá no dia seguinte...   Mas esse é o universo do mal, ele é dominado pelo obscurecimento e tem que calcular, à força, os milímetros exatos por onde caminhar para não perder o chão, para controlar as ações, próprias e alheias. E buscam por esse domínio obscuro até se aprofundarem nele, e quanto mais profundo... perdem-se. 
Não há como encontrar a direção certa ou errada, e toda a energia empregada naquele território se esgota e se acaba. Se apaga como uma chama que antes podia parecer intensa e assustadora, queimando as mãos de quem tentou se proteger contra o mal... 
Não quero me proteger a esse custo, não quero me queimar em uma chama que não tem como arder eternamente e me alcançar. Eu sinto aqui, dentro do meu peito, que há mais em mim, em vocês, em nós todos, do que há por aí, em milhões, bilhões de pessoas que possam estar aderidas ao mal, crendo ser ele a chama guiadora de suas buscas e ambições. Eu não estou sozinho, não tenho ódio ou receio por razão alguma, e aqui, agora, declaro que sou inteiro pelo amor que durante anos vi crescer dentro de mim, pelo o que eu sou, pelas vidas de vocês e por todo um universo que é além e maior e mais justo do que papel algum ou voz alguma no mundo já proferiu."
Como visto em Coração e Ímpeto, por Patricky Field.

O que possivelmente pode ser o amor?

"É complicado, atordoante, te vira completamente do avesso, mas encontrar a pessoa que te completa é a melhor sensação que alguém pode ter. É como se fosse um encontro consigo próprio, e como tal, é claro, amedronta, faz você repensar toda sua vida, e você descobre que não era nada antes de conhecer o verdadeiro amor, e que, depois dele, você já era, está aniquilado se não tiver mais, mesmo que por um dia, sua alma especial ao seu lado."
Patricky Field - em Coração e Ímpeto

domingo, 15 de julho de 2012

Não há mal maior ou menor... Há apenas o próprio ser.



















"Whenever any Evil is too fierce, we use to be frightened by its grotesque and obscure shape; it’s hard to know what to expect from it. It’s the chaos. A chaos, that happens always when there’s no how to anticipate the next step, or how to know what’s coming on the following day…
But that dull universe belongs to the Evil only, it is overtaken by its darkness and it must, even against its wish, calculate the right millimeters for where it’s going to walk on, for not to lose the ground, so that it can control the actions, own and another’s. And the Evil hunts for that gloomy control more and more until it’s deeply dragged in it; and the deeper it goes… it goes even more lost. Thus, there’s no how to find any direction, right or wrong, and all that energy spent on that territory turns to nothing and runs out of itself. It burns out like a flame whose glow seemed to be so intense and scary before, burning the hands of all those ones who tried to protect themselves from the Evil…
I don’t want to make me safe at this cost, I don’t want to be hurt by a flame that can’t burn forever or reach me out.
I feel it right here, in my chest, that there’s more in me, in you, in all of us, much more than there are in millions, billions of people who may have joined this Evil, in the believing that it is the flame that will guide their dreams and ambitions. I’m not alone here, I don’t feel any hate or doubt inside, and here and now I claim myself whole by the Love that I’ve watched to grow inside of me for years: Love for whom I am, for the lives of you all; and for the whole Universe that’s beyond everything and that’s wider and much more fair than any paper or any voice might speak up one day, at any time. "
From the book Heart and Rush.