domingo, 28 de outubro de 2012

Vento e Calmaria


 

Atira-te ao céu, tu, e teu destino, e desejo,

Segura em todos, menos em ti mesmo,

Abre as portas ao arrependimento, e,

Por mais que semeies, semeias apenas vento.

 

Colhendo sombras elas vão, acreditando,

Que somente o sol lhes vêm quando estão acordando,

E depuras teu estoque de sorrisos,

Quantos anos de lutas e retoques tão precisos.

 

O Amor, oh! Tens conseguido Dele, ou Ele?

Tiraste a sorte, para ti ou dos outros?

Para nunca retornares queimaste o mapa e as pontes e os sapatos,

Seriam aquelas de gravetos e vozes, desapareceriam através ou não de teus atos.

 

Pela noite o ar preenche os espaços,

Parece eterna a forma como são preenchidos nossos traços,

Cada pele, mãos, coração,

Os teus e tuas, exatamente, como convêm a cada estação.

 

Mas o vento traz algo como poder e transformação,

Soprando a calmaria de volta, num ciclo de alucinação,

Se na calma não há ventos,

No vento não há como ocultar os sentimentos.

 

Tua doce ordenada convicção se torna ordem e comando,

Em instantes tens a certeza de que nada está certo ou caminhando,

Mas, e quanto àquela roda celeste de tantos destinos e desejos?

Seguraste em todos, e esqueceste de seguir teus próprios lampejos.

 

Vento e calmaria são distantes formas de criar,

Mas são tudo o que semeamos e colhemos e tentamos evitar,

O primeiro nos derruba e impede de seguir em frente,

A segunda é morosa, maçante e impertinente.

 

O Amor seria a terceira opção,

Mas teu ódio cega e tira toda e qualquer razão,

Então sejam vento e calmaria as novas pontes a cruzar,

Desejos atirados ao céu... e será hora de novamente as inutilizar.

 

Patricky Field

domingo, 21 de outubro de 2012

Velhas Fontes

 



Se eu me perco, serei um a mais?

Se te conheço, terei que voltar atrás?

Como um pássaro triste que trouxe vida à floresta,

mas que de sua própria vida nada mais resta?


Amado, a música toca, através do vento,

o som do mar ouve os teus pensamentos,

como o desejo de um deus displicente

um universo se fez, de toda dor ausente.


O tempo transcorreu, a vida se refez,

novas dores, sofrimentos, todos de uma vez,

aquele deus, de todo seu coração,

renasceu, para novamente cair em tentação.


Hoje a gota do último frasco se verteu,

se a primeira ou a última todos sabem, menos eu,

tantos foram os caminhos para cruzar a mesma ponte,

se foi vinho, se foi água, todos buscam outras fontes.


E o vento amainou, apesar do céu cinzento,

e a música lá fora é outra forma de tormento,

se eu me perco, sou mais um a vagar pelas estradas,

aos olhos de todos, eternamente, um ser... que não vale nada.

 

 Patricky Field


Tempo e amar

O tempo é o mais interessante instrumento da vida, modifica a natureza, transforma até mesmo as pedras, aplaca a força das tristezas e das paixões.
Mas, ao mesmo tempo, é ele que fortalece os sentimentos puros, como a fé e o Amor.
Anne Russel










Time is the most impressive instrument of life; it modifies the Nature, and changes even the stones, eases the sadness and stills the force of the passions. But, it is that same time which makes the pure feelings, like Faith and Love, grow stronger.