domingo, 21 de outubro de 2012

Velhas Fontes

 



Se eu me perco, serei um a mais?

Se te conheço, terei que voltar atrás?

Como um pássaro triste que trouxe vida à floresta,

mas que de sua própria vida nada mais resta?


Amado, a música toca, através do vento,

o som do mar ouve os teus pensamentos,

como o desejo de um deus displicente

um universo se fez, de toda dor ausente.


O tempo transcorreu, a vida se refez,

novas dores, sofrimentos, todos de uma vez,

aquele deus, de todo seu coração,

renasceu, para novamente cair em tentação.


Hoje a gota do último frasco se verteu,

se a primeira ou a última todos sabem, menos eu,

tantos foram os caminhos para cruzar a mesma ponte,

se foi vinho, se foi água, todos buscam outras fontes.


E o vento amainou, apesar do céu cinzento,

e a música lá fora é outra forma de tormento,

se eu me perco, sou mais um a vagar pelas estradas,

aos olhos de todos, eternamente, um ser... que não vale nada.

 

 Patricky Field


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